Amala e Kamala, também conhecidas
como as meninas lobo, foram duas crianças selvagens encontradas na Índia no ano de 1920. A primeira delas
tinha um
ano e meio e faleceu um ano mais tarde. Kamala, no entanto, já tinha
oito anos de idade, e viveu até 1929. Elas eram como lobos
crianças, muito estranhas mas com uma história interessantíssima. Suas idades
presumíveis eram por volta de 2 e 8 anos. Deram-lhes os nomes de Amala e
Kamala, respectivamente. Após encontrá-las, o Reverendo Singh levou-as para o
orfanato que mantinha na cidade de Midnapore. Foi lá que ele iniciou o penoso
processo de socialização das duas "meninas-lobo". Elas não falavam,
não sorriam, andavam de quatro, uivavam para a lua e sua visão era melhor à
noite do que ao dia. Amala, a mais jovem, morreu com dois anos e meio de idade
devido à adaptação dolorosa ao abrigo (como ela não tinha a alimentação que ela
estava acostumada, de carne crua e podre). Kamala viveu durante oito anos na
instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela necessitou de seis
anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de
50 palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos.
Ela chorou pela
primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas
que cuidaram dela e às outras crianças com as quais viveu.
Controvérsias
Devido a muitas diferentes versões, a
história delas sustentava testemunha outra senão o próprio Reverendo Singh, onde
persistem consideráveis controvérsias relacionadas com a veracidade da
história. A maioria dos cientistas consideravam Amala e Kamala crianças com
emburrecimento mental e defeitos congênitos. O "mito" de ter sido
criadas por lobos é uma antiga concepção Indiana para explicar o comportamento
animalesco de crianças abandonadas com defeitos congênitos.
Estudos Recentes
De acordo com o cirurgião francês Serge Aroles, é
possível garantir que as duas não
tinham nenhum tipo de deficiência, o caso de Amala e Kamala é a farsa mais
escandalosa relacionada a crianças selvagens. Em seu livro "L'Enigme des
enfants-loup" (2007), Aroles descreve sua pesquisa acerca do caso. Ele
varreu arquivos e fontes desconhecidas oficialmente e concluiu:
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O diário original
o qual Singh dizia ter escrito "dia após dia durante a vida das duas
garotas-lobas" é falso. Ele foi escrito na Índia depois de 1935, seis anos
após a morte de Kamala (O manuscrito original é mantido na divisão de
manuscritos da biblioteca dos Estados Unidos do Congresso em Washington, D.C.);
·
A foto
mostrando as duas garotas-lobas andando de quatro, comendo carne crua, e
outros, foram tiradas em 1937, depois da morte das garotas. As fotos, na
verdade, mostram duas garotas de Midnapore posando a pedido de Singh. O corpo e
rosto da garota nas fotos são totalmente diferentes do corpo e rosto de Kamala,
como se pode ver em suas verdadeiras fotos;
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De acordo
com o médico responsável pelo orfanato, Kamala não tinha nenhuma das anomalias
inventadas por Singh, tais como dentes longos e pontudos, locomoção de quatro
com articulações rígidas, visão noturna com emissão de um brilho azul intenso a
partir de seus olhos, durante a noite;
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De acordo
com diversos depoimentos confiáveis coletados em 1951-1952, Singh costumava
bater em Kamala para fazê-la agir como descrito na frente de visitantes;
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A fraude
foi desenvolvida para ganho financeiro. Aroles mostra cartas entre Singh e o
Professor Robert M. Zingg, nas quais Zingg expressa sua crença no valor
financeiro da história;
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Depois de
suas publicações do diário de Singh, Zingg enviou US$500 para Singh, que estava
desesperadamente precisando de dinheiro para manter seu orfanato;
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Após
algum tempo foi comprovado por especialistas queKamala tinha defeitos mentais, afetada pela Síndrome de Rett.