sábado, 19 de março de 2016

Transplante de Rosto. Vale a pena fazer?



RIO — Um bombeiro voluntário que ficou gravemente queimado num incêndio em 2001 recebeu o mais extenso e complexo transplante de rosto já realizado. Segundo o Centro Médico NYU Langone, o transplante cobriu o crânio e grande parte do pescoço. De acordo com a “Fox News”, a cirurgia foi realizada em agosto, e o paciente, Patrick Hardison, de 41 anos, ainda está passando por fisioterapia no hospital.

A cirurgia foi um sucesso, e o bombeiro de Senatobia, Missisippi (sul dos EUA), está em vias de recuperar a visão. Patrick afirmou que seu principal objetivo é voltar a dirigir novamente. O médico Eduardo Rodriguez, que liderou a equipe cirúrgica que fez transplante, disse que a cirurgia foi a mais extensa já realizada com sucesso em termos da quantidade de tecido transferido.




Hardison perdeu as pálpebras, as orelhas, os lábios, a maior parte do nariz, o cabelo e as sobrancelhas, mas ganhou novo rosto após transplante 

O transplante se estende a partir do topo da cabeça, através do crânio e para baixo para a clavícula e chega longe o suficiente para que fique apenas um pequeno pedaço de cabelo original dele, combinado com o cabelo que crescerá no novo couro cabeludo. Hardison também ganhou duas novas orelhas. Mais de 100 médicos, enfermeiros e técnicos participaram da cirurgia de 26 horas.


Hardison sofreu graves feridas faciais quando trabalhava como bombeiro voluntário, alguns dias antes dos ataques de 11 de setembro. Hardison ficou severamente desfigurado quando o teto de uma casa em chamas caiu sobre ele durante uma missão de resgate. Ele perdeu as pálpebras, as orelhas, os lábios, a maior parte do nariz, o cabelo e as sobrancelhas.
Eduardo Rodriguez, chefe do departamento de cirurgia plástica, liderou a operação após um ano de preparativos. Antes de chegar ao Centro Médico NYU Langone, Hardison já havia enfrentado mais de 70 cirurgias.





Entenda todo o processo:
1. O primeiro passo do transplante é procurar um doador com características semelhantes às do receptor: mesmo tipo sanguíneo e fator Rh, idade e físico parecidos. Além disso, o doador tem que ter tido morte cerebral nas duas horas anteriores à cirurgia e a família dele precisa autorizar a doação expressamente
2. A face é "desconectada" do doador cortando os nervos primeiro. Depois, presilhas chamadas clamps microcirúrgicos são colocadas nos vasos para evitar que o sangue escorra - só então veias e artérias são cortadas. Elas são deixadas por último para que a face não fique muito tempo sem sangue, o que prejudicaria o fluxo sanguíneo no receptor
3. Diferentemente do enxerto, que transfere somente pele, nessa cirurgia toda a face é transplantada, formando uma "máscara" que é retirada do doador, com uma camada de gordura, outra de músculos e toda a rede de vasos e nervos. Em alguns casos, até mesmo porções de osso são transferidas
4. Como é arriscado e complicado, o transplante de face não deve ser feito a torto e a direito. Os candidatos a receptor devem ter problemas específicos, como grandes queimaduras, doenças congênitas, câncer de pele avançado ou traumas profundos, como afundamento do crânio. Em casos mais simples, como perda de pele por tumores, recomenda-se apenas o enxerto
5. Duas equipes médicas trabalham simultaneamente: enquanto uma retira a face do doador, outra já vai preparando o receptor, anestesiando e ajustando os vasos e nervos que serão conectados à nova face para que a troca seja feita o mais rápido possível. Geralmente as equipes são compostas de enfermeiros, cirurgião plástico, anestesista e microcirurgião
6. A cirurgia começa com a reconexão dos vasos sanguíneos. Em um transplante completo, são religados os troncos principais da artéria carótida externa, da veia jugular interna e dos nervos infra e supraorbital, mentual, grande auricular e facial. Em transplantes parciais, cada ramificação é religada com ajuda de lentes ou microscópio
7. Os nervos são conectados com pontos na capa (o tubo na parte de fora do nervo), mas, por dentro, as partes que fazem a transmissão do impulso elétrico continuam separadas. O transplantado acaba ficando com a cara "caída", já que não consegue movimentar o rosto. Por isso, depois da operação, ele recebe pequenos choques para estimular os nervos
8. Depois de costurar vasos e nervos, a face é afixada com pontos no crânio. A complexidade do procedimento pode ser medida em horas. Para ter uma ideia, apenas a etapa de retirar a face do doador dura cerca de quatro horas e meia, e a colocação no receptor, em torno de cinco horas
• Cada tronco dos vasos tem espessura média de 0,5 cm, e os nervos, de 2 a 4 mm
• Lentes ampliam 4x e os microscópios, 40x
• Estudos recentes mostram que uma injeção de células da medula do doador na corrente sanguínea do receptor diminuem a rejeição
Cara nova, vida nova
Depois da cirurgia, transplantado tem que ter paciência para recuperar movimentos
ARTE FINAL
Depois de seis meses a um ano de muita fisioterapia, o paciente começa a recuperar os movimentos e a sensibilidade. Só então é hora de avaliar a estética e verificar se o rosto ficou harmonioso. Se necessário, ele volta para a faca e são feitas cirurgias de correção
INIMIGO ÍNTIMO

Como a face de outra pessoa é um corpo estranho, o transplantado precisa tomar para sempre drogas que enfraquecem o sistema imunológico, impedindo-o de lutar contra o novo rosto. Assim, o paciente fica mais suscetível a infecções e câncer de pele
Eai, decidiu se vai querer um rosto novo? rsrs

Fonte: AQUI e AQUI